"Así, al empezar el exterminio de indios, los [indios] onas no tenían dioses protectores, y los europeos y los criollos los vieron construir pésimas embarcaciones con pieles y cortezas, intentaron rescatar a sus dioses del fondo de la mar, o tal vez quisieron vivir con ellos en su nueva morada.", Mundo del Fin del Mundo, Luis Sepúlveda.
O Coroneu descia a colina dos mapuches apoiado numa vara esculpida pelo próprio mapuche, filho de cacique, que montava o cavalo frente ao Coroneu. O cavalo descia lentamente e em silêncio e o Coroneu seguia atrás com a tenda compactada presa à mochila e a mochila presa às costas, apoiado na vara esculpida.
O Coroneu gostou da vara esculpida assim que a viu e ficou contente quando o mapuche lha ofereceu.
Quando chegaram ao lago, o índio desmontou do cavalo e ajudou o Coroneu a estabilizar a mochila dentro do bote. Depois o Coroneu passou-lhe a vara. O filho do cacique, em vez de acomodar a vara no fundo do bote lançou-a para o meio do lago.
Enquanto atravessava o Coroneu para a outra margem disse que nenhuma vara era indispensável. Disse que uma vara não são pessoas nem animais, é só uma vara e não era bom desperdiçar o resto das varas que a natureza nos disponibiliza pelos caminhos. O Coroneu disse “pois pois, claro” e pensou “lá está este a fazer papel de indio que fala ao gringo”.
O Coroneu despediu-se e fez a hora de caminho até chegar à estrada. Só quando começou a sentir o peso da mochila e procurou uma vara nova começou a meditar melhor. “Até que faz sentido”, pensou o Coroneu, “Ou não...”.
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