quarta-feira, outubro 13, 2004

Quark! Quark! Quark!

"Three quarks for Muster Mark!
Sure he hasn't got much of a bark
And sure any he has it's all beside the mark.", Finnegan's Wake, James Joyce

O prémio Nobel da Física 2004 foi ganho por três cientistas norte-americanos David J. Gross, H. David Politzer e Frank Wilczek por terem desenvolvido uma teoria que explica os quarks e a atracao forte que os une.

(Os quarks são as partículas mais elementares e indivisiveis o que significa que ao abrir uma mesa se encontra madeira, ao abrir madeira (...), que ao abrir se encontram neutroes e protoes que ao abrir encontram-se quarks - que já nao se conseguem partir mais)

O Coroneu sempre pensou na Engenharia em geral e na Fisica em particular como uma coisa divertida
(nao vale a pena dedicar tempo a nada que nao seja divertido ou que nao divirta alguém)
e ao depararem com isto dos quarks os fisicos devem ter pensado o mesmo.

Porque aos diferentes tipos que encontraram deram nomes de sabores e às interaccoes de forca entre eles nomes de cores
(Seis tipos de sabores: up, down, charm, top, bottom e tres cores: vermelho, verde e azul)
e o próprio nome quarks foi inspirado no poema de James Joyce transcrito acima, que significa aves a falar...

A descoberta dos laureados foi o comportamento estranho dos quarks: quanto mais próximos estao, menor a atraccao entre eles. A atraccao aumenta com a distância - como uma borracha que se estica ou como alguns casais que separados por kilometros sentem a dificuldade de viverem afastados. A atracao forte como forca fundamental que move o mundo. O infinitamente pequeno e o infinitamente grande afinal, nao parecem estar muito distantes.

sexta-feira, outubro 08, 2004

Condutor de Quê?

Para conduzir empilhadores é normalmente necessario uma licenca que o Coroneu nao possui. No entanto, devido ao fluxo acumulado na fábrica, o Coroneu conseguiu finalmente curar a curiosidade do veiculo com 4 alavancas. A dada altura ia-se distraindo. Felizmente ninguém reparou. Nem a senhora que ia levando com os contentores no colo...

Realmente foi melhor desligar, sair do empilhador, deixar as mudancas e pegar nas folhas, sair da fábrica e subir ao escritorio dos fato e gravata onde se tomava café e discutia as medidas do ministro. Pelo menos por algum tempo.

Domingos ao Sol

Os Domingos contrariam a Fisica; as tardes sao mais longas, a noite mais curta, as familias juntas. Porque na verdade nao é um dia, é um espaco comprido entre o Sábado e a Segunda, em que os católicos praticantes aproveitam as manhas de missa e os filhos e netos acordam para almocar em familia.

É um espaco usado para passear sem destino ou voltar a casa depois de um fim de semana. Os relatos da jornada ecoam nos cafés, em carros estacionados de porta aberta ou pelas janelas dos bairros antigos. Se chover, o sofá é um abrigo amigo e o telefone a tocar de vez em quando, uma agradavel surpresa.

Aos Domingos, em qualquer parte do mundo, passeia-se na suspensao da Segunda - à excepcao de Montevideo onde a noite de Domingo é a mais animada da semana.

Mas o melhor de Domingo é quando faz sol e se tem tempo para o dividir. Nao há nada melhor para dividir que o Sol. E há sempre um casal que partilha o jornal numa mesa de esplanada. Um irritante casal feliz, porque a felicidade pode ser irritante.
(Nao, nada disso, o Coroneu nao sente ternura nem a almeija)
Nada disso até porque hoje é Sexta Feira. Dia de Bairro Alto, de BBC ou de um bar qualquer onde se encontram amigos ou se conhece gente nova e bonita e divertida. Onde também se encontram casais com a tal felicidade irritante que contrariam a Fisica. E o que contraria a Fisica nao pode ser bom.
(Pronto está bem, é um bocadinho de ternura mas nao se fala mais disso)