segunda-feira, maio 21, 2007

A Espinha Dorsal da Memória

"And when old words die out on the tongue,
new melodies break forth from the heart;
and where the old tracks are lost,
new country is revealed with its wonders."
....................................................'Closed Path', Rabindranath Tagore

O carro do Coroneu acabou de regressar de quase 4 mil km a estirar o macadame, pele desse bicho que é a estrada com a espinha dorsal de riscos brancos a luzir à noite sob os faróis. Uma semana com o Coroneu entre as mudanças e o volante, dia e noite. À saída da fronteira a infrequente paragem de controlo e depois rumo à Andaluzia. A qualquer pessoa que goste de variações geográficas, como o Coroneu, a passagem de fronteira é uma inquietude tão prometedora como um início imprevísivel (menos mas às vezes talvez também a vibração de que para trás fica tudo o que não se quer repetir - velhas roupas dissipadas nas curvas de estradas antigas).

Assim, ao chegar a Córdova, algo assim dizia um velhinho a outro na esplanada onde o Coroneu se encostou ao sol: "Las memórias son como la carretera, perduran perduran hasta que sea necesario que la destruian para hacer una via mejor".