terça-feira, novembro 22, 2005

Mundo Árido no Topo do Céu

Os 8840 m de altura fazem do Evereste o pico mais alto dos Himalaias e do mundo. A palavra Himalaias vem do sânscrito e hindi que significa 'morada das neves'. No entanto, os Andes chegam a ter 6000 m e desde o fundo do mar até ao topo dos céus ultrapassam já a cota máxima do Evereste. Os Andes têm metade da idade dos Himalaias e continuam a crescer embatendo na placa inferior do Oceano Pacífico. Há quem sustente que crescem 100m por século. O Coroneu já lá esteve, nos Andes.

O Sahara é o maior deserto do mundo, excluindo a Antártida. Tem 9,065,000 km2, quase o tamanho da Europa. A palavra vem do árabe e do tuaregue que significa 'deserto'. Na América do Sul está no entanto o deserto mais árido do mundo, onde há pontos que nunca sentiram chuva. A lingua do deserto Atacama varre 960km ao longo dos Andes. O Coroneu já esteve no Sahara e em Atacama. Nunca esteve na Antártida, o último território independente de estados políticos no planeta azul. Mas gostava.

segunda-feira, novembro 21, 2005

Ouvido de Passagem

- Bolas que a minha irmã não atende o telemóvel.
- Ora, está entretida.
- Entretida há 4 dias, não?

No mesmo fim de semana em que o Coroneu foi ver a 'Alice' - uma história simples, num filme bom mas de uma tristeza intensa. A seguir o 'Manô' proporciona o equilibrio da alegria pintada a cores.

Para o Coroneu são duas perspectivas sobre a recusa da não existência: uma dramática e realista na tradição moderna do cinema português, a outra cómica e burlesca como no tempo em que o cinema português era pai de gargalhadas mesmo a preto e branco.

quinta-feira, novembro 17, 2005

Brincar ao Poder

1.O Coroneu nunca pensou que as declarações da deputada Manuela Ferreira Leite ("Se o Orçamento vai ser cumprido tal como ele está apresentado não merecia o voto contra. Não merecia porque faz um esforço claro no sentido de controlar a despesa") originassem reacções por parte do PSD tão assumidamente de interesse politico. Segundo a direcção do PSD o orçamento de estado é um documento político e não executivo. O Coroneu pergunta:
- Mas não é executivo um documento anual que apresenta medidas e cifras adjudicadas a essas medidas?
Já se sabia que os políticos não sérios nunca votam na proposta mas sempre no proponente, mas é degradante vê-los assumirem-se assim, pensa o Coroneu.

2.Do outro lado da bancada o PS inviabilizou ontem audições parlamentares sobre a fuga de Fátima Felgueiras para o Brasil e o seu regresso a Portugal, alegando que o assunto é do foro judicial e não político. Ninguém questiona a justificação mas mais uma vez é inevitavel a dúvida sobre a idoneidade partidária para com a autarca. E numa altura pós eleições autarquicas em que o povo não soube responsabilizar políticos não sérios seria refrescante e útil dar o exemplo.

3.Enquanto isso os outros partidos brincam ao Presidente da República.

NOTA: Portugal vai aprovar hoje uma proposta de lei que pretende duplicar para 24 milhas a área do mar onde exerce soberania. O Coroneu acha bem. E nunca seria tarde para embarcar esses políticos não sérios e deixá-los por lá, na fronteira marítima, onde poderiam brincar ao poder na conquista do leme num barco cuja direcção só realmente a eles afectaria.

'Uma Mão Cheia de Nada'

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sexta-feira, novembro 11, 2005

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Era para dizer qualquer coisa mas ao abrir a boca o mundo entrou pelos olhos adentro do Coroneu de tal forma que ficou pasmado e preferiu silêncio. Há muita gente que deveria fazer silêncio também, só por instantes, para descansar os ouvidos e deixar ouvir o barulho do mundo quando ninguém fala.

quarta-feira, novembro 09, 2005

Esta Senhora Já Não Mora Aqui

Quando se entra no edíficio do Coroneu há as caixas metálicas do correio suspensas na parede e alinhadas pelos andares, cada morador verifica a sua antes de subir as escadas. Sobre as caixas metálicas do correio um envelope espera a devolução ao remetente. Diz assim a lápis grosso: 'Esta senhora já faleceu'.

E portanto a carta espera há 2 dias o reenvio pelo carteiro no caminho inverso com a notícia fúnebre escrita por um vizinho a lápis no envelope virgem da carta que quem receber saberá nunca ter sido lida porque a senhora já não morava aqui.

quinta-feira, novembro 03, 2005

A Aventura da Viagem

"Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar."
:::::::::::::::::::::::::'Viagem' (1962), Miguel Torga

Andava o Coroneu com um dos amigos (Marco F.) a prolongar o tempo das férias da Páscoa, trilhando estradas entre as cidades de Espanha à custa de boleias, na companhia de camionistas checos de cujas piadas riam sem entender ou de jovens casais madrilenos curiosos por falar com dois miúdos portugueses, os dois desenhando percursos improvisados até ao Mediterrâneo, às vezes perdidos como naquele campo de cebolas que tiveram de pagar outras vezes demasiado inseridos como na noite mirabolante na Cataluña.

Andava o Coroneu e o Marco F. (esse amigo bastardo sangue na guelra do Atlântico) a substituir a faculdade por estradas quando à noitinha ao explicarem a simples viagem a um grupo de amigos espanhóis um deles teimava em perguntar "Porquê?" e até quando os outros tomavam a vez do Coroneu e do amigo ele insistia em perguntar "Porquê à boleia" ou então "Porque não em excursão ou assim?". Porque talvez o que ele não soubesse é que há viagens cuja magia não está no destino mas na forma como se viaja.