sexta-feira, setembro 29, 2006

Pesar aos Mofinos Veraneantes

Sendo um pessimista fracassado o Coroneu acredita que os veraneantes não cívicos estão num lento progresso pela via da extinção. Neste Verão tímido em terminar - a seis semanas do Verão de S.Martinho - o Coroneu fez finalmente umas férias completas; com portugueses amigos e estrangeiros novos, no campo e na praia, na montanha e na cidade, no oceano e na barragem, em hotel luxuoso e numa tenda quebrada. E o comum remível destas férias eclécticas não foram os tais veraneantes,
...............................os de atitude indiferente que esgotam a caldeira debaixo de um duche demasiado demorado para um parque de campismo,
...............................os de atitude atávica que aproveitando uma ausência mudam fraldas ao bébé na toalha de praia alheia,
...............................os broncos que substituiram a laringe por megafone e que se revezam estando disponíveis e audíveis 24h na praia, no campo, na montanha e nos bares,
...............................os tétricos amantes esotéricos dos animais que levam para a praia o cão habituado ao apartamento e retornam deixando atrás todos os vestígios como nas ruas de Lisboa e Porto (cidades especiais, que eles não merecem),
...............................sendo que o comum remível destas férias foram o descanso, a actividade sempre lúdica de adormecer sobre um livro, o convívio com amigos velhos e novos, o planeamento cuidado que depois felizmente pouco se tem de cumprir, a ventilação de ideias e da motivação para o resto do ano.

Por isso, sendo um pessimista fracassado, o Coroneu acredita na extinção desses veraneantes. Informa também que planeia já entusiasmado as próximas férias. O Coroneu só pede que quando se extinguirem os veraneantes descritos alguém o avise porque até lá, férias eclécticas no campo, na praia, na montanha ou na cidade, sim! - mas longe, bem longe desta multidão de mofinos.

quinta-feira, setembro 14, 2006

Demagoquê?

Na revista do último semanário Expresso, o Coroneu deparou-se com a reportagem "Portugal 5 anos depois do 11 de Setembro - o que mudou". Como na altura o Coroneu servia de cicerone em Portugal a um grupo de amigos de Londres, mostrou-lhes o título da capa que obviamente foi imediatamente chicoteada com gargalhadas gerais. As piadas do fim de semana rondaram sempre tal título.

Ao percorrer a reportagem ficamos a saber que as extraordinárias e radicais mudanças que varreram o quotidiano dos portugueses foi o modo como embarcam num avião. Portanto para o comum dos mortais que raramente circula de avião nada mudou excepto ter de engolir todos os programas que os canais americanos produzem a partir do sofrimento alheio e que a TV portuguesa - tal como as outras - compra incansavelmente todos os anos (este ano espremeram as mensagens telefónicas deixadas aos entes queridos), assumindo já esses 'documentários' como tradição na data 11 de Setembro, semelhante no apanágio que a 'Música no Coração' era há anos atrás na época natalícia. Ao Coroneu salvou-o o botão off, um copo de gelo com amarguinha e um livro escrito por um amigo que há 5 anos atrás percorria a costa americana com o Coroneu e um ford taurus alugado.