terça-feira, maio 18, 2004

Não é Destino, é Viagem.

"Durante cincuenta y seis años - desde quando terminó la última guerra civil - el coronel no habia hecho nada distinto de esperar. Octubre era una de las pocas cosas que llegaban", El Coronel no Tiene Quien le Escriba, Gabriel Garcia Márquez

Depois dos primeiros 30 minutos em direcção a Buenos Aires, o autocarro encostou à berma. O Coroneu foi ver à grande janela da frente. Parado diante do autocarro, um carro parado mantinha as 4 luzes a piscar. Um senhor que não chegara a tempo queria entregar uma encomenda.

(Para mi hija que estudia en la capital federal... Le gustará mucho)

O condutor e o assistente pareciam conhecer o senhor. Tinha um caixote enorme que ajeitaram junto das outras bagagens.

(Para mi hija que estudia en la capital federal... Le gustará mucho)

O senhor tinha feito 50 km para entregar o caixote enorme. Despediu-se e o autocarro continuou enquanto o fiat voltou para 50km atrás. Quando no outro dia chegou a Buenos Aires os gritos felizes de uma estudante recordaram da encomenda ao Coroneu. A estudante agradeceu ao motorista e saiu da estação radiante com o caixote nos braços.

(Para mi hija que estudia en la capital federal... Le gustará mucho)

O Coroneu não sabe o que estava dentro do caixote para além da felicidade da filha do senhor. A felicidade não parece ser um destino definitivo, mas uma viagem. Para o senhor uma viagem de 100km. Ele sabia que valia a pena uma hora de carro. Parece que às vezes, mesmo que o autocarro já tenha partido, vale a pena.

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