sábado, maio 01, 2004

Um almoço fora de casa

"Ay Patria, sin harapos,
ay primavera mía,
ay cuándo
ay cuándo y cuándo
despertaré en tus brazos
empapado de mar y de rocío.",
Las Uvas y El Viento, Pablo Neruda

Tinha o Coroneu acabado de conhecer o turco, no templo de Tiwanacu, quando foram almoçar com duas senhoras austriacas e um casal britânico.

Uma das senhoras austríacas sofria de dores no pé direito engessado. Tinha-o torcido simplesmente a andar. Durante o início da manhã todos esperavam pela senhora, que caminhava devagar. Depois o guia saturou-se e passaram a esperar por ela no final das explicações. A outra senhora austríaca tinha uma memória excelente. Aconselharam visita ao oásis do deserto no sul do Peru, onde o pé direito foi torcido. O Coroneu não percebeu se eram irmãs mas davam-se muito bem.

O casal britânico tinha 2 pares de olhos azuis muito parecidos. Eram os dois consultores. Tiraram férias de um ano, para viajarem juntos. Ambos tinham viajado muito em separado antes e eram por isso experientes em transportar a casa na mochila. Mostraram fotos de sobrinhos e do casamento de um amigo em comum a que não foram porque há 8 meses que não iam a casa. O Coroneu perguntou que parte do mundo tinham gostado mais e ambos sorriram e disseram que era a pergunta mais difícil e a mais frequente. No entanto destacaram Tailândia e Vietnam. Ela lembrava-lhe e preparava os medicamentos para depois do almoço dele, ele tinha a água desinfectada num recipiente próprio para os dois. O Coroneu gostou mesmo da sinergia.

Depois de almoço, o turco contou os doláres para pagar e o resto pagou em bolivianos. Todos tomaram café e ficaram a falar das diferenças entre os países.

Todos concordaram que tinham muitas saudades de casa.

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