quinta-feira, fevereiro 23, 2006

Pela Estrada Fora

"The end of our journey impended. Great fields stretched on both sides of us; a noble wind blew across the occasional immense tree groves and over old missions turning salmon pink in the late sun. The clouds were close and huge and rose.", 'On The Road', Jack Kerouac

É um dos livros datados mais queridos ao Coroneu. Tão datado como é a adolescência e tão refrescante quanto ela. Quando o Coroneu o lia já tinha percorrido metade da Europa e ia a caminho do Novo Mundo, do país que Jack Kerouac desenhara com palavras de uma só vez, com contornos de estradas onde se cruzam personagens loucas que sabem bem nos livros mas indesejáveis de encontrar na realidade. E sempre aquela urgência do viajante com a noção que sobra tanto por conhecer! Escrito em 1951 a transposição ao cinema está a ser produzida por F.Ford Coppola e com a agradável surpresa da realização por um dos realizadores no topo das referências de cinema contemporâneo do Coroneu: Walter Salles (não só pelos 'Diários de Motocicleta' mas anteriormente pelo 'Abril Despedaçado').

Kerouac fez várias gravações incluindo de excertos do livro e artistas posteriores, como Jeff Buckley, gravaram discos de tributos. Há uns anos o Coroneu esteve assim de conseguir um exemplar na FNAC.

Ensina-se que Jack Kerouac escreveu o livro 'On the Road' em apenas três semanas, sob o efeito de benzedrina. A escrita drogada é bastante credível - pessoalmente, não aumenta nem reduz o fascínio da obra - mas o Coroneu que sabe o preço cronológico de uma frase boa, duvida que o livro foi escrito em tão pouco tempo, com as suas personagens intrincadas (talvez uma delas vá ser interpretado por Brad Pitt) e as inúmeras aventuras com Dean Moriarty e Sal Paradise, protagonistas que fazem desejar ter crescido numa adolescência mais louca ou, conforme a leitura, reconforta por não ter vivido uma adolescência tão louca assim mas que sabe bem ler nos livros porque nas entrelinhas cheira a torrada de manhã e ao suor das estrelas da madrugada.

“The only people for me are the ones who are mad to live, mad to talk, mad to be saved, desirous of everything at the same time, the ones who never yawn or say a commonplace thing, but burn, burn, burn, like fabulous yellow roman candles exploding like spiders across the stars", 'On The Road', Jack Kerouac

3 comentários:

Navel disse...

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João Tomaz disse...

Impressionante a quantidade de vezes com que ficamos impressionados e até nos identificamos com personagens literárias mas que na vida real nunca poderia existir tal afinidade. Esse é, a meu ver, um dos fascínios comuns entre a literatura e as viagens. A possibilidade de ser outro.

Anónimo disse...

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