"Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar."
:::::::::::::::::::::::::'Viagem' (1962), Miguel Torga
Andava o Coroneu com um dos amigos (Marco F.) a prolongar o tempo das férias da Páscoa, trilhando estradas entre as cidades de Espanha à custa de boleias, na companhia de camionistas checos de cujas piadas riam sem entender ou de jovens casais madrilenos curiosos por falar com dois miúdos portugueses, os dois desenhando percursos improvisados até ao Mediterrâneo, às vezes perdidos como naquele campo de cebolas que tiveram de pagar outras vezes demasiado inseridos como na noite mirabolante na Cataluña.
Andava o Coroneu e o Marco F. (esse amigo bastardo sangue na guelra do Atlântico) a substituir a faculdade por estradas quando à noitinha ao explicarem a simples viagem a um grupo de amigos espanhóis um deles teimava em perguntar "Porquê?" e até quando os outros tomavam a vez do Coroneu e do amigo ele insistia em perguntar "Porquê à boleia" ou então "Porque não em excursão ou assim?". Porque talvez o que ele não soubesse é que há viagens cuja magia não está no destino mas na forma como se viaja.
4 comentários:
Mais um texto muito bom... quando é que repetimos estas andanças? Porquê à boleia? Porque não tínhamos dinheiro; porque queríamos aproveitar a aventura, porque não queríamos cumprir horários, nem programas, nem hábitos, nem rotinas de qualquer espécie. Porque queríamos romper com a normalidade.
Sempre podíamos ter feito como as Americanas que viajam pela Europa sempre de comboio...
Exactamente, as americanas que apostaram que à boleia não se conseguiria chegar a Barça de Madrid... Perderam a aposta!
Ó Marco as americanas perderam a aposta mas acabaram por nãom mamar... mamamos nós...camarão
Pagos por elas! E que bem que souberam...
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