"Kilimanjaro is a snow covered mountain (...). Close to the western summit there is the dried and frozen carcass of a leopard. No one has explained what the leopard was seeking at that altitude.", The Snows of Kilimanjaro, Ernest Hemingway
Coberta de neve, a montanha exige dedicação em troca de sobrevivência. Não há batota na montanha. Como não há batota no fundo do mar. Como não há batota no deserto árido. O modesto conhecimento do Coroneu junta estes ambientes onde a batota fica de fora. Onde o branco da montanha é branco mas sempre diferente. O azul do mar é só azul mas nunca cansa. A areia do deserto só areia mas sempre mutável.
Estava nublado na montanha e enquanto descia uma pista entusiasmado pelo branco omnipresente, o Coroneu sucumbiu à tentação e esforçou mais do que sabia. E a montanha respondeu. Numa queda torceu um tornozelo, partiu a prancha para não torcer o outro e foi directo ao posto médico de onde saiu de muletas. Nada que não cure em poucos dias, mas o Coroneu reaprendeu. A montanha é uma amante exigente que não tolera desonestidades. Mas está sempre pronta a perdoar e a reaceitar todos os anos pelo Inverno. E nunca é igual. E o branco não é só branco. E para o ano o Coroneu vai tentar não fazer batota. Porque na montanha é diferente. E se é feio enganar pessoas, enganar montanhas nem é possivel. Não se enganam montanhas, Coroneu. Não se enganam montanhas.
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