terça-feira, março 27, 2007

Sons da Estrada Aberta

"Afoot and light-hearted, I take to the open road,
Healthy, free, the world before me,
The long brown path before me, leading wherever I choose.
Henceforth I ask not good-fortune - I myself am good fortune;
Henceforth I whimper no more, postpone no more, need nothing,
Strong and content, I travel the open road."
.............................................................'Song Of The Open Road', Walt Whitman

Assinaste um papel sem ler que te obriga a viver, a maneira como vives és tu que escolhes, quando se morre dizem que muitas vezes se volta ao começo brindado à entrada da infância com 1 bilhete grátis para o filme que fizeste da tua vida, na maioria dos casos os outros fazem de ti o que deixares, a felicidade é mais uma escolha que um objectivo e de forma nenhuma será um posto - um posto é atribuido e já está, o verbo não é ser (feliz) é escolher estar, é errado pensar que a qualidade de vida vem do exterior apesar de ninguém escolher uma lixeira para morar - e há pessoas que não têm escolha, aliás toda a gente não tem escolha em alguma coisa - se calhar a felicidade também é isso, é poder de escolha no que se considera como prioridades, a vida diante dos olhos - pensa o Coroneu - tem de se aproveitar o que a vida oferece e o que não oferece vai-se comprar a outro lado o problema é o preço e a vontade que é o meio de transporte mais eficaz embora às vezes tenha um custo inflacionado de tempo - qual a diferença entre eficácia e eficiência, pergunta típica - o típico prato regional, a típica bebida nacional, o típico pregão para os turistas que o Coroneu tenta sempre topar e no fim de contas viajar é o mesmo que viver não é? Esquivar-se às armadilhas para o turista imprevidente e há o viajante fútil, o habitante inócuo. O Coroneu por exemplo fica feliz porque se come gelado em todo o lado e de certa forma isso é inócuo - mas relaxa porque é familiar. E seguiria agora aquele combóio de metáforas de viajar e da estrada que se toma, de pó ou de macadame, a pé ou de avião, mas hoje não, hoje não porque sobre isso está tudo no longo poema de Whitman - ou quase tudo - cujo início o Coroneu decalcou no começo deste post já que, como dizia em cima, muitas vezes se volta ao começo antes do final.

3 comentários:

Anónimo disse...

estás poeta e filósofo coroneu.De cada vez q se lê de novo, o q escreveste, lê-se uma coisa diferente, nas mesmas linhas e com as mesmas palavras.

D. disse...

Gosto imenso do que escreves, mas isso já o devo ter dito várias vezes, com outras palavras.
Apetecia-me fazer copy&paste do post para comentar. (Admito que o fiz para uma pasta, prometendo todo o respeito pelos direitos de autor!:)) – " (...) toda a gente não tem escolha em alguma coisa"/" (...) aproveitar o que a vida oferece e o que não oferece vai-se comprar a outro lado o problema é o preço e a vontade que é o meio de transporte mais eficaz embora às vezes tenha um custo inflacionado de tempo"

“ (...) no fim de contas viajar é o mesmo que viver não é?"

"O Coroneu por exemplo fica feliz porque se come gelado em todo o lado" – Porque afinal todos assinamos um papel sem ler!

Porque "no fim de contas viajar é o mesmo que viver não é?" – "muitas vezes se volta ao começo antes do final." Como este texto é uma estrada aberta.

daqui disse...

gostei muito deste texto tão jungista . gostei muito do poema.

vim dizer olá, que já não sabia do coroneu, nem sequer o via a passar para o quarto ao lado, há muito tempo.

olá!