Por estes dias em Madrid, mesmo que não haja vento sente-se como se houvesse. Explicando: faz frio. (Até as iluminações de Natal cintilam tremuras nocturnas entre as árvores das praças). O Coroneu andou pela Plaza de Santa Ana junto ao teatro espanhol. Áquela hora as cadeiras amontoavam-se invertidas frente aos restaurantes circundantes prestes a fechar. Uma reunião de pequenos chilenos ou descendentes confundiam-se com a estátua de Garcia Lorca enquanto assinalavam a morte de Pinochet. Pela passividade o Coroneu não percebeu se celebravam a morte do ditador ou lamentavam a do pai da economia.
Na calle huertas um pequeno bar de jazz. Antes, a menina da bodega sugeriu o prato mais caro da lista e perguntou ao Coroneu se era francês. O Coroneu benzeu-se e perguntou se cheirava assim tão mal. (Ok, não perguntou mas teve vontade). Escolheu outro prato qualquer.
Mais tarde enquanto a caminho de um inesperado encontro amigável no aeroporto, ouviu o desabafo do taxista guiado por gps: 'temos muitos problemas aqui com a emigração, havia que plantá-los ao longo de um muro e fuzilá-los um a um como na guerra civil'. Ao Coroneu resta considerar que quem pensa 'esta ignorância só em Portugal' conhece muito pouco do mundo. Que há mesmo quem passe todos os dias pelas calles sem notar nem saber que por estas noites as iluminações de Natal tremem de frio no belo centro de Madrid.
3 comentários:
Cheira-me que este ano ainda vou ver essas iluminações.
É verdade Coroneu, temos tendência a subvalorizar-nos enquanto povo esquecendo-nos frequentemente que os outros povos também têm as suas pequenas kitschisses e ideais comuns condenáveis.
coroneu eles tem problemas com a emigração ou com a imigração?
eles aqui no alentejo já são bastantes mas parece-me que não tem prolemas.....bjs
Enviar um comentário