segunda-feira, junho 19, 2006

Chuva de Verão no Vidro

Que sorte, pensou o Coroneu. Que sorte estar acordado quando o corpo da cidade se encharcou de trovada. O Coroneu foi fechar a janela deixando as persianas suspensas. Através do vidro, as coisas do quarto surpreendiam-se em clarões por segundos, formas de repente e depois escuro outra vez.

Deitado o Coroneu aprecia os relâmpagos. No dia anterior um jogo do Mundial. O Coroneu gostava de um Portugal - Argentina mas muita gente diz que Holanda seria mais fácil. Portugal eliminou Holanda no Euro. Mas ver um Portugal-Argentina não seria todos os dias, pensa o Coroneu deitado com os relâmpagos a entrarem no quarto.

Nessa noite ao curvar para a rua uma carrinha de bombeiros. Alguém puxara fogo ao ecoponto azul. Mais adiante outro ecoponto ardido, o cheiro a plástico queimado que a chuva agora desvanecia.

Uma chuva de Verão a bater na janela.
Que sorte, pensou o Coroneu antes de adormecer.

3 comentários:

Catarina disse...

Ah! Pois é! As florestas não duram para sempre, hà que inventar novas formas de destruir a ecologia! E nada melhor do que os ecopontos!
Até esses, Brutus?? Dà vontade de perguntar!!
Ora, valha-nos a chuva de verão para acamar o po, apagar o fogo e os espiritos inflamados pelo mundial.
O mal é que tambem dou comigo, feroz enimiga do futebol a aguardar resultados, e isso é muito mau sinal:)

M. disse...

A trovoada é a melhor representação teatral da natureza. :-)

Também sou a favor de um Portugal-Argentina, quero ver bom futebol, nem que seja dos boludos! ;-)

João Tomaz disse...

Caro Coroneu, e que tal um Portugal - Argentina na final? Não ficava melhor na fotografia?