terça-feira, setembro 16, 2003
Capitaes da areia II
Estavam na mesa 3 coxas de frango e 3 fantas de uva.
O Capitão nº1 perguntou enquanto mastigava
"De onde tu é? Fala estranho o sinhô."
e o Coroneu apeteceu-lhe responder
"Eu sou de todo o lado e falo todas as linguas, gúri"
O Capitão nº2 riu-se de espanto com 'gúri' e entornou fanta e frango da boca e o Capitão nº1
"Tu fala africano?"
-"Em África há 39 linguas e eu falo todas"
O Capitão nº2 riu-se outra vez e perguntou
"Tu já foi na África?"
-"Já, em todo o lado".
O Capitão nº1 embasbacado
"Tu já andou de avião??"
- "Já, e de helicóptero e de submarino e de avião de guerra e de porta aviões"
"Todo o Domingo nós vamo ao aeroporto ver os avião", disse o Capitão nº1.
Ao Domingo em todas as cidades do mundo, há sempre alguém a ver os aviões no aeroporto, repetiu o Coroneu.
Capitaes da areia I
Porto Alegre
O táxi encostou frente ao terminal de autocarro, e enquanto à frente o Coroneu ia contando os reais do bolso, o Capitão surgiu do passeio para retirar a mala castanha do banco de trás.
O Capitão é um pequeno garoto mulato com ranho, de bermudas e t-shirt roída e que repetia
"sinhô, tem 1 reau sinhô?".
O Coroneu pagou o táxi que apagou a luz interna e arrancou e o garoto continuava
"sinhô, tem 1 reau sinhô?".
O Coroneu foi comer na lanchonete e disse que pagava um jantar ao garoto, e o garoto aceitou mas apontou "Mas sinhô, tem ele ali também", que era outro garoto mulato com ranho a abrir porta a outro táxi.
Há 10 milhoes de meninos de rua no Brasil, tantos quantos habitantes em Portugal. Sao assassinados 4 por dia. O Coroneu mandou chamar o outro Capitão e sentou-se na lanchonete. Quando os dois chegaram, sentaram-se na mesma mesa em frente, com ranho e t-shirt roida igual, à espera da comida.
Como não cheiravam mal ninguém se importou.
O táxi encostou frente ao terminal de autocarro, e enquanto à frente o Coroneu ia contando os reais do bolso, o Capitão surgiu do passeio para retirar a mala castanha do banco de trás.
O Capitão é um pequeno garoto mulato com ranho, de bermudas e t-shirt roída e que repetia
"sinhô, tem 1 reau sinhô?".
O Coroneu pagou o táxi que apagou a luz interna e arrancou e o garoto continuava
"sinhô, tem 1 reau sinhô?".
O Coroneu foi comer na lanchonete e disse que pagava um jantar ao garoto, e o garoto aceitou mas apontou "Mas sinhô, tem ele ali também", que era outro garoto mulato com ranho a abrir porta a outro táxi.
Há 10 milhoes de meninos de rua no Brasil, tantos quantos habitantes em Portugal. Sao assassinados 4 por dia. O Coroneu mandou chamar o outro Capitão e sentou-se na lanchonete. Quando os dois chegaram, sentaram-se na mesma mesa em frente, com ranho e t-shirt roida igual, à espera da comida.
Como não cheiravam mal ninguém se importou.
quarta-feira, setembro 10, 2003
Minha Brasilia amarela
Hoje comprei o motor para a Xuxa, finalmente.
O motor é um 1600, custou-me R$400 e descobri-o num recôndido ferro velho da Rua Dona Francisca.
O motor é de uma brasilia amarela de 1981, que já sem rodas jazia como uma rainha deposta e abandonada entre sucata de baterias orfãs, fogões ferrugentos e matriculas de carros defuntos.
A compra foi à base de troca.
No recibo o senhor amavelmente escreveu fusca em vez de brasilia, com a referência do motor. Valoriza mais o carro na hora da venda, disse ele - é o jeitinho brasileiro.
Minha brasilia amarela...meu cordão violão... p'ra modo da genti siamar...
O motor é um 1600, custou-me R$400 e descobri-o num recôndido ferro velho da Rua Dona Francisca.
O motor é de uma brasilia amarela de 1981, que já sem rodas jazia como uma rainha deposta e abandonada entre sucata de baterias orfãs, fogões ferrugentos e matriculas de carros defuntos.
A compra foi à base de troca.
No recibo o senhor amavelmente escreveu fusca em vez de brasilia, com a referência do motor. Valoriza mais o carro na hora da venda, disse ele - é o jeitinho brasileiro.
Minha brasilia amarela...meu cordão violão... p'ra modo da genti siamar...
sexta-feira, setembro 05, 2003
quinta-feira, setembro 04, 2003
O Clone
Clonaram o telefone ao Nuno assim que o avião aterrou em Congonhas.
A clonagem de telemóveis é operada por quadrilhas especializadas principalmente nos aeroportos do Rio de Janeiro e São Paulo.
Com um scanner ou um receptor de rádio de alta frequência, o criminoso consegue identificar os números da linha e de série de um aparelho que esteja fazendo uma ligação de um local próximo. Esses dados são então transferidos para um outro aparelho, o "clone". A partir daí, as ligações feitas do clone são registradas na conta do proprietário do aparelho original.
Pois é Nuno, foi o que te aconteceu... Sabes porquê? Porque o telemóvel estava a operar na rede analógica (accionada em certos locais, onde o sistema digital não está disponível, ou por aparelhos antigos sem essa tecnologia).
Na maioria dos Estados brasileiros, as operadoras da banda A utilizam a tecnologia TDMA, a mesma da TIM. Quando viajam para esses lugares, os clientes da TIM continuam falando no modo digital, a salvo dos clonadores. O problema começa quando eles entram em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia ou Sergipe. Nesses Estados, as operadoras da banda A utilizam outro padrão, o CDMA, fazendo com que os celulares da TIM funcionem no modo analógico, abrindo uma brecha para a clonagem.
No Brasil o problema pode ser resolvido se, antes de entrar nesses Estados o dono configurar o aparelho para operar na banda B (no caso da TIM) ou na banda A (no caso da Vivo).
E pronto, uma lição de anti-clonagem. Só falta dizer que a tecnologia GSM é praticamente imune à clonagem porque apenas funciona em modo digital.
A possivel conclusão idiota é deduzir que a bezerra clonada ou lá o que foi, era analógica.
A clonagem de telemóveis é operada por quadrilhas especializadas principalmente nos aeroportos do Rio de Janeiro e São Paulo.
Com um scanner ou um receptor de rádio de alta frequência, o criminoso consegue identificar os números da linha e de série de um aparelho que esteja fazendo uma ligação de um local próximo. Esses dados são então transferidos para um outro aparelho, o "clone". A partir daí, as ligações feitas do clone são registradas na conta do proprietário do aparelho original.
Pois é Nuno, foi o que te aconteceu... Sabes porquê? Porque o telemóvel estava a operar na rede analógica (accionada em certos locais, onde o sistema digital não está disponível, ou por aparelhos antigos sem essa tecnologia).
Na maioria dos Estados brasileiros, as operadoras da banda A utilizam a tecnologia TDMA, a mesma da TIM. Quando viajam para esses lugares, os clientes da TIM continuam falando no modo digital, a salvo dos clonadores. O problema começa quando eles entram em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Bahia ou Sergipe. Nesses Estados, as operadoras da banda A utilizam outro padrão, o CDMA, fazendo com que os celulares da TIM funcionem no modo analógico, abrindo uma brecha para a clonagem.
No Brasil o problema pode ser resolvido se, antes de entrar nesses Estados o dono configurar o aparelho para operar na banda B (no caso da TIM) ou na banda A (no caso da Vivo).
E pronto, uma lição de anti-clonagem. Só falta dizer que a tecnologia GSM é praticamente imune à clonagem porque apenas funciona em modo digital.
A possivel conclusão idiota é deduzir que a bezerra clonada ou lá o que foi, era analógica.