"Pelo que me toca, aos domingos, no hotel completamente deserto (...) para ter ao menos a ilusão de ter que fazer, saía na direcção da cidade e caminhava sem destino entre os edifícios monumentais do século anterior, que o correr do tempo enegrecera."
...............................................................'Os Emigrantes', W.G. SebaldAs osgas que nascem da caliça branca a derreter nas paredes das casas no Verão alentejano são diferente das osgas estáticas e coloridas de Barcelona. As de Barcelona são muito maiores e estão vidradas na sua própria existência. Quem visitou Barcelona e particularmente o parque Güell sabe do que fala o Coroneu.
Quem viveu na pele de estrangeiro algum tempo sabe também do que fala o Coroneu quando fala dos Domingos lá fora. Os Domingos lá fora são dias de santa paciência, em que as horas, não tendo a aliança fácil da TV habitual, ou se esticam em novas rotinas que acabam por conquistar ou se encolhem em sonos de misericórdia a compensar a insónia nos dias de semana. Ou então, numa terceira opção contemplativa, matam-se as horas tecendo ruas e avenidas até formar, na cabeça desse caminhante desprevenido, uma teia de sentidos de trânsito, calçadas, cheiros, expressões, pessoas, lojas, edifícios, cafés, costumes e culturas – e quando esse tecelão trabalha vezes sem conta na mesma teia, vai perdendo a virgindade do viajante ganhando em contrapartida a percepção clara de uma osga só sua.
Quem viveu na pele de estrangeiro algum tempo sabe também do que fala o Coroneu quando fala dos Domingos lá fora. Os Domingos lá fora são dias de santa paciência, em que as horas, não tendo a aliança fácil da TV habitual, ou se esticam em novas rotinas que acabam por conquistar ou se encolhem em sonos de misericórdia a compensar a insónia nos dias de semana. Ou então, numa terceira opção contemplativa, matam-se as horas tecendo ruas e avenidas até formar, na cabeça desse caminhante desprevenido, uma teia de sentidos de trânsito, calçadas, cheiros, expressões, pessoas, lojas, edifícios, cafés, costumes e culturas – e quando esse tecelão trabalha vezes sem conta na mesma teia, vai perdendo a virgindade do viajante ganhando em contrapartida a percepção clara de uma osga só sua.
1 comentário:
...não sei escrever nem ler mas gostei de ver aquilo que me mostras naquilo que escreveste ...bjinhos
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