"If you were only one inch tall, you'd ride a worm to school.
The teardrop of a crying ant would be your swimming pool.
A crumb of cake would be a feast
And last you seven days at least,
A flea would be a frightening beast
If you were one inch tall. (...)"
....................................................... 'One Inch Tall', Shel Silverstein
Quando Edmund Hillary chegou ao cume mais alto do mundo - Evereste, a 8848m de altitude - a rainha Isabel II estava a dois dias de distância da coroação e uma das primeiras acções como rainha foi agradecer a conquista concedendo o título de Sir ao neozelandês.
Edmund Hillary e o seu guia xerpaTenzing Norgay mantiveram propositadamente a dúvida sobre qual dos dois tinha efectivamento sido o primeiro a chegar, para exemplificar o espírito de equipa que fomentavam - anos depois, antes de falecer, o seu companheiro xerpa acabou por revelar que o primeiro foi Hillary. Cinco anos após o Evereste, Hillary foi também o primeiro homem a levar um veículo até ao Pólo Sul por via terrestre.
Tornou-se então - e até morrer - um filantropo, associando-se a aberturas de escolas e hospitais para apoio ao povo xerpa, na região do Nepal. Edmund Hillary faz parte da prateleira mais alta de onde nos observam essas figuras heróicas da mitologia moderna - meio Homens meio Deuses - que o Coroneu sempre julgou não poderem morrer. Mas a verdade óbvia é que também morrem. A diferença é que ao morrerem fazem os Deuses dobrar a espinha em sinal solene de respeito; no caso de Edmund Hillary, no passado dia 12 de Janeiro, toda a cordilheira dos Himalaias se dobrou enquanto o Evereste em particular - e o Coroneu garante-o - se torceu na direcção da Nova Zelândia e derreteu um bocadinho naquilo que para um Deus é o mais aproximado a uma lágrima de saudade.